Na
última quinta, 23 de fevereiro, foi realizada a cerimônia de posse
da nova direção do Sindijus para o triênio 2017-2019. O evento
aconteceu na Sede Cultural do sindicato e contou com as atrações
artísticas da Quinta Cultural. Compareceram dezenas de servidores do
Tribunal de Justiça de Sergipe e representantes de outras entidades
sindicais de Sergipe e de outros estados, que lotaram o auditório da
sede.
Às
19 horas deu-se início à cerimônia de posse com uma mesa composta
pelo dirigente Gilvan Santos, agora responsável pela coordenação
de Relações Institucionais e Comunicação; Alexandre Santos,
coordenador regional Nordeste da Fenajud (Federação dos Sindicatos
do Poder Judiciário nos Estados) e membro do SindJustiça (Sindicato
dos Servidores do Poder Judiciário do Rio Grande do Norte); Roberto
Silva, secretário de Formação da Central Única dos Trabalhadores
em Sergipe (CUT/SE), e Heverton Ramon, representante do Conselho
Regional de Serviço Social em Sergipe (Cress).
De
acordo com Gilvan Santos, nesse momento de retirada de direitos e de
desafios para os trabalhadores, “resistência” será uma das
palavras do movimento sindical como um todo e, principalmente, das
ações do Sindijus. Entre os desafios da categoria, pensar no modelo
de Judiciário que se tem e se quer, é um deles. “Hoje temos um
Judiciário que privilegia o patrimônio em detrimento à vida, e
temos que lutar para inverter essa lógica. Um Judiciário ágil em
processos de reintegração de posse, mas extremamente lento em
processos de garantia de direitos sociais”. Além disso, a luta
contra os privilégios no Judiciário sergipano continuará sendo uma
das mais importantes bandeiras.
Ele
também fez uma fala de homenagem aos companheiros que estão
deixando a direção do sindicato. “Eles cumpriram um papel
importante nos últimos três anos. Ednaldo, Fernanda e Analice saem
da direção, mas com certeza não sairão da luta”. A nova direção
terá uma renovação de mais de 40% e esse fato é mais um ponto
positivo na atuação do Sindijus. Por fim, Gilvan agradeceu em nome
dos todos ao trabalho da comissão eleitoral e de todos servidores
que foram voluntários para trabalharem como mesários no dia das
eleições do sindicato.
Desfeita
a mesa inicial, a comissão eleitoral foi chamada para, junto à nova
Diretoria, oficializar a passagem de bastão com a assinatura no
livro de posse. Os novos diretores são integrantes da corrente que
dirigiu o sindicato nos últimos anos, Movimento Sindicato É Para
Lutar (MSPL). A chapa foi eleita no dia 8 de fevereiro com 922 votos,
98,8% dos votos válidos.
Com
o ato da assinatura, a cerimônia foi encerrada, sendo seguida pela
parte lúdica do evento, que contou com uma exposição fotográfica
mostrando algumas ações da gestão anterior (2014-2016) e as
atrações musicais, Quarteto in Choro e Samuel Sertanejo.
A
posse da nova direção marca, ao mesmo tempo, a oportunidade de
renovação na direção do sindicato e a continuidade de
enfrentamento das questões que prejudicam os trabalhadores do
Judiciário.
Para
a servidora Célia Regina, as perspectivas futuras de atuação do
Sindijus são positivas. “Acredito que vai existir uma unicidade
nessa passagem de direção, porque os valores e a maneira de gerir é
a mesma, é democrática e visando o bem do coletivo. Uma gestão
transparente, em prol dos direitos de todos, apesar do momento e de
discurso de crise, a gestão não engole esse discurso e estamos
juntos buscando ser reconhecidos enquanto categoria”, declarou.
O
evento também contou com a presença de vários servidores
aposentados. Uma delas foi Maria Raimunda dos Santos. Em sua opinião,
os servidores do TJSE têm “um sindicato que trabalha muito bem”.
“Vimos na cerimônia que eles irão continuar com o mesmo trabalho
de sempre, nos ajudando e visando proteger os direitos dos
trabalhadores, que já são muito exíguos. Esse sindicato vem
trabalhando com muito afinco e firmeza no sentido de deixar os
funcionários numa situação melhor”, disse.
Os
representantes do Escritório Advocacia Operária, parceiros do
Sindijus há anos, destacaram que o sindicato é atuante em todas as
frentes, não ficando refém da burocracia. De acordo com os
advogados Meirivone Aragão e Lucas Rios, o Sindijus atua na luta
política e na luta jurídica para defender seus sindicalizados.
Para
Lucas Rios, é importante perceber a dimensão da atuação do
sindicato. “Espero que o Sindijus continue na linha que vem
adotando, pois vem sendo comandado por uma corrente que, na verdade,
redimensionou o sindicalismo dos servidores do Tribunal de Justiça.
Existe o antes e o depois da entrada desse grupo”, aponta.
“Nesse
momento especialmente, a gente acredita que onde a luta pode se
fortalecer para combater tudo isso que está acontecendo aí é
através das instituições como os sindicatos. A política hoje
passa por uma crise imensa no país inteiro, as pessoas não se
identificam mais com a luta político-partidária, mas, em
compensação, com as lutas sindicais se identificam e muito. A gente
acredita nessa luta e trabalha para isso”, afirmou Meirivone.
De
acordo com a maioria dos representantes de outras entidades que
também atuam na defesa dos direitos e por conquistas da classe
trabalhadora, a firmeza de combate da direção tem sido uma
inspiração para a luta tanto em Sergipe quanto no Brasil. Alexandre
Santos, representante da Fenajud, avalia que o Sindijus vem
construindo uma seriedade na discussão do movimento sindical. “Na
realidade, ele é uma referência para todos nós. E é com muita
alegria e satisfação que digo que o Sindijus Sergipe é um dos
sindicatos mais importantes da categoria dos sindicatos dos
servidores do Judiciário nos Estados e nos dá aula de como se deve
fazer o sindicalismo, principalmente com relação à renovação dos
seus quadros e seriedade com que leva a política”.
“Uma
direção combativa, que preza pelo centralismo democrático, de
ouvir sempre a base nas tomadas de decisão, a base sendo priorizada
para decidir o rumo do sindicato. Um sindicato que preza pelos
princípios de democracia interna, da independência perante
partidos, perante Governos e gestores. Uma direção que, de fato,
tem o seu princípio de autonomia e a liberdade sindical”. Essa é
a visão de Roberto Santos, secretário de Formação da CUT em
Sergipe. “A CUT poderá sempre contribuir com a formação e na
reflexão, fortalecendo ainda mais seus princípios”, pontua.
A
opinião de Itanamara Guedes, da Federação Estadual dos
Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Sergipe (Fetam), é
de concordância com as demais falas em relação à atuação do
sindicato e das perspectivas sobre os próximos anos. “Tem sido um
grande exemplo, que tem impulsionado a luta geral dos sindicatos de
Sergipe. Acredito que a gestão dará continuidade a essa luta de
fortalecimento interno da categoria e também de participação de
lutas gerais dos trabalhadores e trabalhadoras de Sergipe”.
As
demais entidades, como o Sintese e o Sindijor, acrescentaram que a
importância de se ter uma entidade que visa o combate ao Poder
Judiciário, o mais blindados entre os três Poderes.
“Espero
que o Sindijus continue trilhando pelo caminho que eles veem desde
quando esse grupo assumiu o comando, que é fazendo um sindicalismo
com responsabilidade, forte, autêntico, que briga de forma rígida
por sua categoria, que não se intimida com as possíveis
intimidações do Poder Judiciário. Tem sido um exemplo não somente
para o Sindijor, para os demais sindicatos de Sergipe e do Brasil. A
gente vê claramente que é um grupo que valoriza e luta pelos
interesses dos servidores públicos e confronta o Poder Judiciário,
que é um Poder prepotente, arrogante, ainda mais para essa classe
trabalhadora. Então se percebe o quanto são corajosos e quanto
temos que render homenagens porque eles estão lutando contra o Poder
que tem o poder da caneta. Isso não é pouca coisa”, disse o
presidente do Sindicato dos Jornalistas em Sergipe (Sindijor), Paulo
Sousa.
Ivonete
Cruz, presidente de Sintese, que participou pela segunda vez de uma
posse do Sindijus, declarou total apoio à luta da categoria. “Muito
positiva a forma como o sindicato organizou os trabalhadores do
Judiciário, um espaço onde se tem a impressão de que todos são
marajás, de que todos ganham bem, é preciso separar quem de fato
são os trabalhadores e organizar a luta da resistência. E esse
grupo tem mostrado muita força e muita denúncia sobre o que
representa o Judiciário. Nós que fazemos o Sintese damos total
apoio e estaremos sempre juntos como trabalhadores e trabalhadoras,
principalmente nesse momento que vivemos, com um grande processo de
retirada de direitos. A continuidade de luta do Sindijus é
extremamente importante para continuar fazendo a resistência”.