11 março, 2017

MSPL assume a direção do Sindijus pela terceira vez



Na última quinta, 23 de fevereiro, foi realizada a cerimônia de posse da nova direção do Sindijus para o triênio 2017-2019. O evento aconteceu na Sede Cultural do sindicato e contou com as atrações artísticas da Quinta Cultural. Compareceram dezenas de servidores do Tribunal de Justiça de Sergipe e representantes de outras entidades sindicais de Sergipe e de outros estados, que lotaram o auditório da sede.

Às 19 horas deu-se início à cerimônia de posse com uma mesa composta pelo dirigente Gilvan Santos, agora responsável pela coordenação de Relações Institucionais e Comunicação; Alexandre Santos, coordenador regional Nordeste da Fenajud (Federação dos Sindicatos do Poder Judiciário nos Estados) e membro do SindJustiça (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Rio Grande do Norte); Roberto Silva, secretário de Formação da Central Única dos Trabalhadores em Sergipe (CUT/SE), e Heverton Ramon, representante do Conselho Regional de Serviço Social em Sergipe (Cress).

De acordo com Gilvan Santos, nesse momento de retirada de direitos e de desafios para os trabalhadores, “resistência” será uma das palavras do movimento sindical como um todo e, principalmente, das ações do Sindijus. Entre os desafios da categoria, pensar no modelo de Judiciário que se tem e se quer, é um deles. “Hoje temos um Judiciário que privilegia o patrimônio em detrimento à vida, e temos que lutar para inverter essa lógica. Um Judiciário ágil em processos de reintegração de posse, mas extremamente lento em processos de garantia de direitos sociais”. Além disso, a luta contra os privilégios no Judiciário sergipano continuará sendo uma das mais importantes bandeiras.

Ele também fez uma fala de homenagem aos companheiros que estão deixando a direção do sindicato. “Eles cumpriram um papel importante nos últimos três anos. Ednaldo, Fernanda e Analice saem da direção, mas com certeza não sairão da luta”. A nova direção terá uma renovação de mais de 40% e esse fato é mais um ponto positivo na atuação do Sindijus. Por fim, Gilvan agradeceu em nome dos todos ao trabalho da comissão eleitoral e de todos servidores que foram voluntários para trabalharem como mesários no dia das eleições do sindicato.

Desfeita a mesa inicial, a comissão eleitoral foi chamada para, junto à nova Diretoria, oficializar a passagem de bastão com a assinatura no livro de posse. Os novos diretores são integrantes da corrente que dirigiu o sindicato nos últimos anos, Movimento Sindicato É Para Lutar (MSPL). A chapa foi eleita no dia 8 de fevereiro com 922 votos, 98,8% dos votos válidos.

Com o ato da assinatura, a cerimônia foi encerrada, sendo seguida pela parte lúdica do evento, que contou com uma exposição fotográfica mostrando algumas ações da gestão anterior (2014-2016) e as atrações musicais, Quarteto in Choro e Samuel Sertanejo.



Continuidade da luta

A posse da nova direção marca, ao mesmo tempo, a oportunidade de renovação na direção do sindicato e a continuidade de enfrentamento das questões que prejudicam os trabalhadores do Judiciário.

Para a servidora Célia Regina, as perspectivas futuras de atuação do Sindijus são positivas. “Acredito que vai existir uma unicidade nessa passagem de direção, porque os valores e a maneira de gerir é a mesma, é democrática e visando o bem do coletivo. Uma gestão transparente, em prol dos direitos de todos, apesar do momento e de discurso de crise, a gestão não engole esse discurso e estamos juntos buscando ser reconhecidos enquanto categoria”, declarou.

O evento também contou com a presença de vários servidores aposentados. Uma delas foi Maria Raimunda dos Santos. Em sua opinião, os servidores do TJSE têm “um sindicato que trabalha muito bem”. “Vimos na cerimônia que eles irão continuar com o mesmo trabalho de sempre, nos ajudando e visando proteger os direitos dos trabalhadores, que já são muito exíguos. Esse sindicato vem trabalhando com muito afinco e firmeza no sentido de deixar os funcionários numa situação melhor”, disse.

Os representantes do Escritório Advocacia Operária, parceiros do Sindijus há anos, destacaram que o sindicato é atuante em todas as frentes, não ficando refém da burocracia. De acordo com os advogados Meirivone Aragão e Lucas Rios, o Sindijus atua na luta política e na luta jurídica para defender seus sindicalizados.

Para Lucas Rios, é importante perceber a dimensão da atuação do sindicato. “Espero que o Sindijus continue na linha que vem adotando, pois vem sendo comandado por uma corrente que, na verdade, redimensionou o sindicalismo dos servidores do Tribunal de Justiça. Existe o antes e o depois da entrada desse grupo”, aponta.

Nesse momento especialmente, a gente acredita que onde a luta pode se fortalecer para combater tudo isso que está acontecendo aí é através das instituições como os sindicatos. A política hoje passa por uma crise imensa no país inteiro, as pessoas não se identificam mais com a luta político-partidária, mas, em compensação, com as lutas sindicais se identificam e muito. A gente acredita nessa luta e trabalha para isso”, afirmou Meirivone.

De acordo com a maioria dos representantes de outras entidades que também atuam na defesa dos direitos e por conquistas da classe trabalhadora, a firmeza de combate da direção tem sido uma inspiração para a luta tanto em Sergipe quanto no Brasil. Alexandre Santos, representante da Fenajud, avalia que o Sindijus vem construindo uma seriedade na discussão do movimento sindical. “Na realidade, ele é uma referência para todos nós. E é com muita alegria e satisfação que digo que o Sindijus Sergipe é um dos sindicatos mais importantes da categoria dos sindicatos dos servidores do Judiciário nos Estados e nos dá aula de como se deve fazer o sindicalismo, principalmente com relação à renovação dos seus quadros e seriedade com que leva a política”.

Uma direção combativa, que preza pelo centralismo democrático, de ouvir sempre a base nas tomadas de decisão, a base sendo priorizada para decidir o rumo do sindicato. Um sindicato que preza pelos princípios de democracia interna, da independência perante partidos, perante Governos e gestores. Uma direção que, de fato, tem o seu princípio de autonomia e a liberdade sindical”. Essa é a visão de Roberto Santos, secretário de Formação da CUT em Sergipe. “A CUT poderá sempre contribuir com a formação e na reflexão, fortalecendo ainda mais seus princípios”, pontua.

A opinião de Itanamara Guedes, da Federação Estadual dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Sergipe (Fetam), é de concordância com as demais falas em relação à atuação do sindicato e das perspectivas sobre os próximos anos. “Tem sido um grande exemplo, que tem impulsionado a luta geral dos sindicatos de Sergipe. Acredito que a gestão dará continuidade a essa luta de fortalecimento interno da categoria e também de participação de lutas gerais dos trabalhadores e trabalhadoras de Sergipe”.

As demais entidades, como o Sintese e o Sindijor, acrescentaram que a importância de se ter uma entidade que visa o combate ao Poder Judiciário, o mais blindados entre os três Poderes.
Espero que o Sindijus continue trilhando pelo caminho que eles veem desde quando esse grupo assumiu o comando, que é fazendo um sindicalismo com responsabilidade, forte, autêntico, que briga de forma rígida por sua categoria, que não se intimida com as possíveis intimidações do Poder Judiciário. Tem sido um exemplo não somente para o Sindijor, para os demais sindicatos de Sergipe e do Brasil. A gente vê claramente que é um grupo que valoriza e luta pelos interesses dos servidores públicos e confronta o Poder Judiciário, que é um Poder prepotente, arrogante, ainda mais para essa classe trabalhadora. Então se percebe o quanto são corajosos e quanto temos que render homenagens porque eles estão lutando contra o Poder que tem o poder da caneta. Isso não é pouca coisa”, disse o presidente do Sindicato dos Jornalistas em Sergipe (Sindijor), Paulo Sousa.

Ivonete Cruz, presidente de Sintese, que participou pela segunda vez de uma posse do Sindijus, declarou total apoio à luta da categoria. “Muito positiva a forma como o sindicato organizou os trabalhadores do Judiciário, um espaço onde se tem a impressão de que todos são marajás, de que todos ganham bem, é preciso separar quem de fato são os trabalhadores e organizar a luta da resistência. E esse grupo tem mostrado muita força e muita denúncia sobre o que representa o Judiciário. Nós que fazemos o Sintese damos total apoio e estaremos sempre juntos como trabalhadores e trabalhadoras, principalmente nesse momento que vivemos, com um grande processo de retirada de direitos. A continuidade de luta do Sindijus é extremamente importante para continuar fazendo a resistência”.