28 fevereiro, 2013

A saúde dos trabalhadores e a virtualização do Judiciário

O processo de virtualização iniciado na justiça brasileira, através da Resolução 45/2004 do Conselho Nacional de Justiça, vem trazendo graves problemas à saúde dos servidores do Judiciário.

Apesar de ser um processo recente, de menos de 10 anos, seus impactos na vida dos trabalhadores e trabalhadoras do Poder Judiciário no Brasil já podem ser vistos a olhos nus, isto porque o processo de virtualização não se resume a um processo tecnológico, mas também em uma mudança abrupta no modus operandi no exercício funcional destes trabalhadores, que além de não receberem um treinamento adequado, passam por um processo de controle de suas funções e imposições de metas que geram um ambiente de pressão contínua.

No início de julho do ano de 2012, no 1º Congresso dos Servidores do Poder Judiciário de Sergipe (1º CONSEJU), o SINDIJUS, tratou desse tema, intitulado, na ocasião “Saúde do trabalhador do Judiciário”, ministrado pelo médico-palestrante Herval Pina Ribeiro, Prof. Dr. em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP).

Na ocasião o médico ressaltou essa reestruturação produtiva dentro do Judiciário brasileiro, com o processo de virtualização e o crescimento nas estatísticas relacionadas às doenças cardiovasculares e as lesões ocupacionais.

“O processo de virtualização vem gerando uma enorme demanda em relação às doenças cardiovasculares e ocupacionais, principalmente a LER/DORT, devido ao esforço repetitivo das horas que os servidores passam em frente ao computador, na mesma posição, além da pressão que estes trabalhadores sofrem por conta da necessidade do cumprimento de metas”, afirma o médico.

Preocupados com esse novo problema relacionado ao ambiente de trabalho no Judiciário, no cenário nacional, a Federação dos Servidores do Judiciário nos Estados (FENAJUD) vem cobrando ao Conselho Nacional de Justiça a instalação de um Comissão para que se possa colher dados sobre os impactos desse novo rearranjo nas relações de trabalho na justiça brasileira.