O processo de
virtualização iniciado na justiça brasileira, através da Resolução 45/2004 do
Conselho Nacional de Justiça, vem trazendo graves problemas à saúde dos
servidores do Judiciário.
Apesar de ser
um processo recente, de menos de 10 anos, seus impactos na vida dos
trabalhadores e trabalhadoras do Poder Judiciário no Brasil já podem ser vistos
a olhos nus, isto porque o processo de virtualização não se resume a um
processo tecnológico, mas também em uma mudança abrupta no modus operandi no exercício
funcional destes trabalhadores, que além de não receberem um treinamento
adequado, passam por um processo de controle de suas funções e imposições de
metas que geram um ambiente de pressão contínua.
No início de
julho do ano de 2012, no 1º Congresso dos Servidores do Poder Judiciário de
Sergipe (1º CONSEJU), o SINDIJUS, tratou desse tema, intitulado, na ocasião
“Saúde do trabalhador do Judiciário”, ministrado pelo médico-palestrante Herval
Pina Ribeiro, Prof. Dr. em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP).
Na ocasião o
médico ressaltou essa reestruturação produtiva dentro do Judiciário brasileiro,
com o processo de virtualização e o crescimento nas estatísticas relacionadas
às doenças cardiovasculares e as lesões ocupacionais.
“O processo
de virtualização vem gerando uma enorme demanda em relação às doenças
cardiovasculares e ocupacionais, principalmente a LER/DORT, devido ao esforço
repetitivo das horas que os servidores passam em frente ao computador, na mesma
posição, além da pressão que estes trabalhadores sofrem por conta da
necessidade do cumprimento de metas”, afirma o médico.
Preocupados
com esse novo problema relacionado ao ambiente de trabalho no Judiciário, no
cenário nacional, a Federação dos Servidores do Judiciário nos Estados
(FENAJUD) vem cobrando ao Conselho Nacional de Justiça a instalação de um
Comissão para que se possa colher dados sobre os impactos desse novo rearranjo
nas relações de trabalho na justiça brasileira.