Caros(as) Companheiros(as),
Estamos organizando mais uma Campanha Salarial, um momento que aquele velho ditado toma corpo – “a união faz a força” – a força que emana de cada um de nós.
Qualquer resultado depende da nossa mobilização, de como nos colocamos como protagonistas nesse processo. Como em qualquer negociação, temos lados na história: um lado dos que atualmente fazem parte da gestão do Tribunal de Justiça e o outro lado formado pelos trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário deste estado.
Contudo, por mais que tenhamos dois lados distintos, mas diretamente envolvidos no processo político e de negociação retratado pela Campanha Salarial, tem um outro segmento que também é envolvido, participa e se posiciona e que pode ser o fiel da balança em diversas questões ligadas a conflitos sociais como esse, a opinião publica, que representa as vozes da sociedade em geral.
Pois bem, a partir dessa análise sobre quem são os atores envolvidos na nossa Campanha Salarial, o grande desafio que se apresenta é “qual será a minha, a sua, a nossa posição?” Saber qual é a nossa posição nesse jogo interfere exatamente no resultado que será consumado no final das negociações.
Primeiro, antes de tudo, se pergunte: Qual é o seu lado, o dos gestores ou o dos servidores?
Depois da resposta ser compreendida e processada, vamos para o próximo passo: De que forma você se posiciona no lado em que você está?
Sim, esse é talvez o maior questionamento que cada um dos trabalhadores do TJSE devem fazer. E sabem por que? Vejamos:
Vamos analisar a nossa situação. Temos dois lados nesse processo, mas completamente desequilibrado, sem nenhum equilíbrio de poder, ou seja, o lado daqueles que administram o TJSE exerce um poder cotidiano, muito maior do que os trabalhadores e trabalhadoras desse órgão.
O único poder que nós, trabalhadores, temos diante da cúpula do TJSE é o nosso potencial de união e mobilizador para defendermos juntos as nossas reivindicações. Esse sim é o nosso grande trunfo, a carta na manga que só depende de nós. Sabendo disso, não são poucas as ações implementadas pelos que comandam o Judiciário e os diversos órgãos reguladores desse sistema que vivemos, para que nos desmobilizemos e não nos percebamos como integrantes de uma classe (a trabalhadora). Para isso, nesse sistema de exploradores e explorados, os gestores criminalizam e atacam qualquer ação que vá de encontro aos interesses deles, que exercem o poder.
“Protesto de trabalhadores gera baderna e anarquismo”, “Greve prejudica bancos e a população”, “Paralisação dos servidores do Judiciário causa prejuízo ao andamento dos processos”. Esse é o que chamamos de discurso dominante, ou seja, o discurso que fortalece aqueles que exercem o poder em detrimento de nós, trabalhadores, que reivindicamos direitos legítimos como valorização salarial mais justa, melhores condições de trabalho, entre várias outras questões que visam equilibrar mais a balança e corrigir as diferenças impostas por uma minoria a toda sociedade.
Por isso, compreender qual será o seu lado e qual será a sua função dentro deste cenário significa assumir o compromisso de fazer uma participação direta e ativa. Como disse Bertold Brecht, a indiferença ajuda somente o dominante, aquele que tem o poder.
Por isso, companheiros e companheiras, vestir a camisa da nossa Campanha Salarial, colar os adesivos nos carros, utilizar as preguinhas e todo o material informativo que será distribuído é o primeiro passo para termos uma categoria forte, unida e, como consequência, para conseguirmos avanços reais.
Dialogar permanentemente com seus colegas de trabalho, familiares e amigos, fazer a disputa de ideias sobre os aspectos da luta pela democratização do Judiciário, sobre a importância da implementação de medidas moralizadoras dentro do TJSE, a fim de coibir os escândalos do “supersalários” e a existência de CCs, FCs e incorporações inconstitucionais - responsáveis diretos pelo desequilíbrio irrazoável na valorização de todos os servidores - além de mostrar que os trabalhadores do Tribunal de Justiça em Sergipe não atuam somente em pautas salarias, mas também em questões que envolvem toda a sociedade, são ações que precisamos executar desde já, deste lado.
Em resumo, camaradas, assumam o seu lado, usem todo o material de divulgação e sustentem as nossas bandeiras de luta, nos fóruns e em todos os espaços que ocupam, seja no seu trabalho, seja nos mais diversos espaços da sociedade em que vivemos. A nossa capacidade de força será o definidor dos nossos resultados nessa luta por uma valorização justa e para a construção de um Judiciário democrático.
Juntos, somos fortes!