Desonesta, lenta, cara, parcial e injusta, esta é a visão sobre o Judiciário brasileiro na opinião de 2.770 pessoas entrevistadas em todos os Estados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Divulgada na semana passada, a pesquisa demonstra o primeiro grande levantamento da Justiça deste país, pois o levantamento leva em consideração o desempenho de magistrados, de defensores públicos e de membros do Ministério Público.
Os entrevistados responderam à seguinte pergunta: “De zero a 10, que nota você daria para a Justiça brasileira?”, tendo os cidadãos dado uma nota média de 4,5. De acordo com o estudo, essa é o conceito que a maioria esmagadora dos entrevistados tem do Judiciário, em todas as classes sociais, grau de escolaridade e sexo.
A pesquisa demonstra também que quem já utilizou os serviços da Justiça tem uma visão ainda mais crítica em relação à sua eficácia, chegando a nota, sobre este aspecto, a ser diminuída para 3,7, em média. Sendo assim, constatou-se que os autores de ações têm uma visão mais pessimista que os próprios réus e do que aqueles que nunca precisaram da Justiça.
Segundo Fábio de Sá e Silva, técnico de Planejamento e Pesquisas do Ipea, “a avaliação, de um modo geral, é bastante negativa e generalizada entre a população brasileira”.
Vários aspectos foram analisados na pesquisa, dentre eles a capacidade de produzir decisões justas, a honestidade e a imparcialidade, tendo o quesito da honestidade sido o pior avaliado, recebendo, em média, nota de 1,17 (de 0 a 4 pontos). Imparcialidade ficou com 1,18 e capacidade da Justiça de produzir “decisões boas, que ajudem a resolver os casos de forma justa” ficou com média de 1,60.
A margem máxima de erro é de 5%. A pesquisa do Ipea foi realizada em visita às residências dos entrevistados.