18 junho, 2010

Luto por Saramago e eternização do seu legado

    Na tarde de um 18 de junho, na Ilha de Lazarote, nas Canárias, deixou de viver o seu mais célebre morador: o escritor, Nobel de Literatura, José de Sousa Saramago. 
    Saramago foi um homem que preservou, mesmo após a fama, o talhe de homem comum, na generosidade com que olhava para os demais, principalmente “os de baixo”.
    O autor começou a trabalhar como serralheiro mecânico, exerceu ainda outras profissões como as de funcionário da saúde e da previdência social, desenhista, editor e tradutor.
    Integrante do Partido Comunista português, lutou contra as forças de exclusão financeira e cultural da modernidade capitalista. Nas letras, iniciou omo crítico literário e como comentarista político. Foi também diretor adjunto do Diário de Notícias durante os duros anos da década de 1970, quando a censura era ferrenha contra a imprensa e autores como ele.
    Essas atividades, exercidas durante anos decisivos para o seu amadurecimento como romancista, ilustram bem as duas principais marcas na sua vida pública: o compromisso com uma atitude intelectual politicamente engajada e o compromisso com a literatura. Também marcam a atividade de Saramago a luta contra as injustiças e os desmandos da Igreja Católica e contra a dinâmica excludente da modernidade.
    Saramago, doutor honoris causa, agora, não estará mais conosco em busca de um mundo mais justo. Todavia, a partir de amanhã, nos acompanharão as suas palavras e seu legado, que não permitirão descansar a vontade de combater as formas de opressão do ser humano.