Apesar do TJSE estar fatigando a paciência do conjunto dos servidores que recebem um dos piores salários do país, ao protelar a aprovação do reajuste salarial que foi objeto da mesa de negociação encerrada há mais de três semanas, por outro lado, no mês passado, o TJ enxertou alguns avultados milhares de reais nos bolsos de um “seleto” grupo de servidores que ocupam cargos em comissão, funções ou possuem incorporações.
Na folha de pagamento do mês de junho, o TJSE, além de despender remunerações brutas de até R$ 47 mil a juízes de direito, locupletou ainda os contra-cheques de vários servidores com quantias exorbitantes que ofendem qualquer contribuinte, diante da evidente e inquestionável inexistência de argumentos que possam justificar o pagamento de tais valores.
Para se ter uma idéia, na folha de pagamento do mês de junho percebe-se que, pelo menos, 08 (oito) servidores receberam remuneração total superior ao teto estabelecido pelo inciso XI do art. 37 da Constituição Federal, que usa como parâmetro a remuneração dos ministros do STF, que atualmente gira em torno de R$ 26,7 mil.
A situação é tão grave que um único servidor, que é requisitado de outro órgão, levou dos cofres do TJ a considerável pequena fortuna de R$ 33.484,66. Além destes, quase 50 (cinquenta) servidores receberam remuneração entre 20 e 25 mil reais.
Nas inspeções realizadas pelo Conselho Nacional de Justiça, ao se deparar nos Tribunais inspecionados com situações indecorosas como essas, tem determinado que os TJ´s que não respeitam a lei informem à Corregedoria Nacional de Justiça as providências adotadas para a observância do teto remuneratório, bem como para o ressarcimento dos valores pagos indevidamente.
Vamos esperar aqui, ansiosos, para ver o dia em que essa inspeção acontecerá por estas bandas ainda provincianas de Sergipe d’el-Rei.