No último dia 07, na Pça. João Mendes, no centro de São Paulo, os servidores do TJ-SP foram agredidos pela polícia militar durante a realização de assembléia geral.
Em uma manifestação de protesto pacífica, os servidores decidiram abraçar o prédio do Tribunal de Justiça. Imediatamente, a tropa de choque da PM chegou, disparando gás de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os trabalhadores, atingindo pessoas que passavam pelo local.
Diversos servidores ficaram feridos e registraram boletim de ocorrência delegacia. A presidente da Associação dos Oficiais de Justiça, Yvone Moreira, teve os olhos feridos por estilhaços de artefatos e uma bala de borracha deflagrada contra ela pela PM, e foi necessário ser hospitalizada.
A PM do Estado de São Paulo já se acostumou a tratar com truculência os trabalhadores que fazem manifestações por melhorias salariais. Em março, ao buscarem uma negociação com o governador - à época o atual candidato à Presidência da República, José Serra - professores da rede estadual também foram atingidos com com bombas de gás de efeito moral, spray pimenta e sofreram confronto físico dos militares.
Ainda assim, sob toda força da atrocidade da PM, os professores não perderam a ternura e chegaram até a socorrer um policial ferido, conforme ficou registrada na emblemática imagem acima, fazendo-nos recordar da instrução “há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura” - Che Guevara.
Fatos como estes ocorridos em São Paulo, além de atingirem a integridade física dos trabalhadores, também lesionam o estado democrático de direito, representando um retrocesso estatal que nos remete à épocas que não pretendemos reviver, aos tempos em que a ditadura usava tais métodos para reprimir a liberdade de expressão e que, hoje em dia, são completamente abominados pelo nosso ordenamento jurídico – pelo menos, no papel.